Diante da preocupação de todos sobre as condições observadas atualmente no Lago João Barbosa, explanamos algumas informações.
O processo biológico que se observa no Lago chama-se Eutrofização, ocasionado pelo grande acúmulo de nutrientes como o Nitrogênio e Fósforo que provocam a alta produção de biomassa (microalgas) dentro dos corpos d’água, o que acarreta diversos problemas, como: forte odor em razão da sequente decomposição da matéria orgânica pelas bactérias, diminuição na penetração de luz, alterações na cor e turbidez da água, diminuição na concentração de oxigênio dissolvido e consequentemente pode acarretar na mortandade de peixes e outros organismos aquáticos.
Esse é um processo que ocorre normalmente em qualquer corpo d’água que sofra algum tipo de intervenção humana. No caso do Lago João Barbosa em específico, é de conhecimento de todos que não há o depósito direto de esgoto domiciliar no lago a bastante tempo, porém, a drenagem pluvial urbana, que lava as ruas da cidade em torno do lago durante as chuvas, transporta uma carga muito grande de sedimento e nutrientes, oriundo da quantidade de matéria orgânica, esgotos a céu aberto e o lixo em geral depositado nas ruas.
Os esgotos que são despejados nas ruas de forma clandestina dentre todas as interferências é o mais preocupante. Os esgotos contêm fezes, urinas, restos alimentares além de detergentes que possuem excesso de nutrientes (Nitrogênio e Fósforo), potencializando ainda mais o processo de eutrofização do lago.
Esses fatores se intensificam nessa época do ano em decorrência das altas temperaturas, que auxiliam na maior produção de microalgas, e baixo índice de chuvas, que dificulta a renovação natural e maior oxigenação da água.
Infelizmente é muito difícil controlar a água que escoa das ruas para o Lago, tão pouco os nutrientes que são levados pelas chuvas, principalmente por conta da geografia da cidade.
O que podemos fazer de imediato é pedir a colaboração de toda a população, principalmente as que residem e transitam em torno do lago e áreas mais altas da cidade, que tenham muita atenção no que descartam em seus quintais, calçadas e ruas para evitar que certos materiais sejam lixiviados para o lago junto com a água das chuvas.
A retirada do lixo superficial do lago é feita por funcionários da prefeitura logo após a ocorrência de chuvas e eventos ocorridos no centro da cidade para evitar maior contaminação como também para que a parte visual e turística não seja afetada, entretanto se não houver a colaboração da população e visitantes fica muito difícil controlar algum desses fatores.
Com a finalidade de entendermos melhor esses fatores físico-químicos que ocorrem no lago, estamos fechando parceria com pesquisadores e alunos da UAST/UFRPE para melhor entendermos esse processo de eutrofização como também estudarmos formas de controle e medidas preventivas que podem vir a ser aplicadas para minimizar ao máximo as intervenções causadas no Lago João Barbosa e também a sua preservação. As pesquisas estão previstas para iniciarem ainda nesse semestre.
Mais informações, esclarecimentos e opiniões entrar em contato com a Secretaria de Agricultura, Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural.